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2ª POSTAGEM
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by Vera Prates 14 years, 6 months ago
O Espaço Escolar e a Aprendizagem
Na minha juventude sempre sonhei em ser professora, quando iniciei minha carreira como profissional da educação, procurei fazer o meu trabalho com dedicação, responsabilidade e amor. Assim passaram-se os anos, esperando sempre uma oportunidade de completar meus estudos com a tão sonhada graduação, mas as dificuldades foram muitas e sempre tinha que adiar o sonho.
No ano de 2006 recebi uma das melhores notícias a possibilidade de cursar Pedagogia. Fiz a seleção, "fui aprovada", quanta alegria! Vou cursar Pedagogia à Distância na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Este curso é a realização de um sonho por muito tempo esperado e que agora está por se tornar realidade.
Ao entrar na Universidade deparei-me com um mundo totalmente novo que mudou a minha prática e minha visão da educação. Procuro inovar minha prática através da reflexão sobre ela procuro estar aberta as mudanças que são propostas.
Um dos primeiros textos que recebemos na Interdisciplina Seminário Integrador foi “Cadê a Certeza Que Estava Aqui” de Cleci Maraschin ao ler o texto e fazer uma retrospecção das minhas práticas, percebi o desafio que teria pela frente. Um deles era as tecnologias para poder continuar e realizar meu sonho tinha que superar essa dificuldade, pois até então computador era uma máquina que não estava a meu alcance. Era preciso estar aberta para que as mudanças começassem a acontecer era penoso, difícil me deparar com novas possibilidades, novas formas de pensar de viver que a tecnologia nos oferece.
As informações em pouco tempo mudam, já são outras as minhas práticas em sala de aula pareciam estar tão ultrapassada, mas só então que comecei a perceber. Os questionamentos eram muitos já não estava mais tão certa das minhas certezas. (...) prender implica conflitos: todos sabemos da dificuldade de abandonar idéias que já não mais funcionam, que já se mostram falsas. (Maraschin). Os conceitos abordados no texto levam-me a estabelecer relações com as práticas educativas docentes quando se cruzam com nova maneira de ver o mundo presente no dia-a-dia e suas implicações no processo educativo. Refleti sobre a função da escola hoje como ela deve garantir aos alunos o prazer e o valor da educação em nossos dias, se nós professores não estivermos em constante formação. É necessária uma concepção pedagógica que oriente a prática do professor com objetivos e estratégias do uso das tecnologias na abordagem educacional onde o papel do computador implique na promoção do ensino ou construção do conhecimento.A transformação significativa na escola vem da união e esforços de professores munidos de espírito de inovação. Como aluna do PEAD, sinto-me mais preparada para romper os limites para a construção coletiva de um conhecimento significativo.
Após tudo o que estudei, ouvi, aprendi e li nesses anos de Graduação em Pedagogia na UFRGS meu trabalho fundamenta-se na visão da criança como um sujeito pleno, completo e indivisível para quem o sentir, o brincar o pensar, o agir, o comprometer-se são inseparáveis, fazem parte de seu todo, necessitando de um ambiente escolar que lhe permita organizar-se, movimentar-se, agir e reinventar-se como um sujeito pleno. Para Maturana (2002) “O educar se constitui no processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro no espaço de convivência”. (MATURANA, 1998b, p. 29)
Hoje concluindo o curso já tenho mais elementos que são fundamentais para enfrentar as dificuldades próprias da vida profissional nesse novo tempo.
O projeto desenvolvido no estágio enfatizou a ludicidade e a valorização do espaço escolar. Ele possibilitou-me explorar os ambientes onde os alunos desenvolvem suas atividades na escola como sala de aula, biblioteca, laboratório de informática, pátio, pracinha. Refletir sobre o espaço e observar como as crianças vêm esse lugar, como elas interagem nele é o meu objeto de estudo para esse Trabalho de Conclusão do Curso (TCC).
Sendo assim, pretendo através dele melhor conhecer, compreender e redimensionar a prática educativa com mais argumentos embasamento teórico e assim contribuir na comunidade escolar em que atuo.
Acompanhando continuamente meus alunos nas atividades realizadas individual e coletivamente, fazendo anotações diárias sobre suas aprendizagens, dificuldades, dúvidas e descobertas. Detecto o que deu certo em minha metodologia, bem como a necessidade de adequações e de mudanças no meu planejamento, garantindo a qualidade de suas aprendizagens. Essas experiências instigaram-me a melhor conhecer como acontece a aprendizagem fora da sala de aula usando os mais diversos ambientes disponíveis na escola.
Foi muito gratificante propiciar aos alunos o trabalho colaborativo onde um ajudava o outro, tornando a convivência nos espaços propícia a leitura, as brincadeiras e em todos eles a aprendizagem vai sendo construída. O que me chamou muita atenção foram as reflexões feitas pelos alunos sobre o trabalho realizado no entorno da escola visitaram o bairro e fizeram comparações e com um olhar crítico refletiram sobre a conservação das ruas, da praça, da quadra de futebol. Aqui lembro um dos teóricos que muito me faz refletir enquanto educadora, porque suas palavras dão direção aos planos pedagógicos de um profissional:
“É assim que venho tentando ser professor, assumindo minhas convicções, disponível ao saber, sensível à boniteza da prática educativa, instigado por seus desafios que não lhe permitem burocratizar-se, assumindo minhas limitações, acompanhadas sempre do esforço por superá-las, limitações que não procuro esconder em nome mesmo do respeito que me tenho e aos educandos”. (FREIRE, 2003, p.71).
Procurando alternativas que viabilizem para o desenvolvimento e aprendizagem do educando no contexto das séries iniciais o espaço físico torna-se um elemento indispensável a ser observado O espaço criado para a criança deverá estar organizado de acordo com a faixa etária da criança, isto é, propondo cognitivos e motores que a farão avançar no desenvolvimento de suas potencialidades. O espaço deve estar povoado de objetos que retratem a cultura e o meio social em que a criança está inserida.
Gandini (1990, p.150) diz que: “o espaço reflete a cultura das pessoas que nela vivem até mesmo as camadas distintas dessa influencia cultural”
Pensando minha realidade de uma escola pública, com poucos recursos materiais e humanos que passa por dificuldades de organização dos espaços disponíveis para atender aos alunos como: projetos que visem uma melhor integração visando o crescimento do aluno como um todo, trabalhando as áreas do conhecimento em conjunto. Tenho procurado trabalhar com meus alunos projetos que utilizem os espaços disponíveis na escola como: O recreio escolar, biblioteca e laboratório de informática.
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Espaço de Alegria e Brincadeiras
“Recreio Escolar”
A necessidade do recreio é indiscutível. O recreio nos dias que não tem educação física é o único momento que as crianças têm para se movimentar livremente. O recreio na escola é um momento importante na vida escolar do aluno, é nessa hora que eles extravasam suas energias. Correm brincam, conversam, jogam é o momento mais esperado do período de aula. Eles se alegram trocam experiências jogam bola enfim é uma grande festa. Depois de ficarem tanto tempo sentados sem movimentar-se ao saírem para o pátio “explodem” em movimento correm, pulam a movimentação é geral. Isto é norma porque o movimento do homem está nas bases antropológicas do ser humano. O homem, para Gagipal (1979), vive em movimentação e parece que não subsistiria plenamente como tal sem a capacidade de exercitação. Ele está capacitado a mover-se, foi feito para mover-se. Observando esse espaço que é reservado para recrear quero levantar algumas questões. Será que o recreio escolar estimula o brincar da criança? Como este espaço é organizado? Que valor tem o recreio escolar para a escola?
Após esses questionamentos houve a necessidade de investigar o recreio escolar por dois motivos: o primeiro para averiguar se há necessidade de uma intervenção pedagógica para criar oportunidade de todos brinquem espontaneamente e o segundo observar as possibilidades de utilizar o recreio como espaço para educação para a cidadania, por ser um momento de relacionamento pessoal. Porque o que se observava era que após esse tempo o saldo era muitas vezes é de crianças machucadas, brigas para serem resolvidas e até alunos fraturados. Diante dessa situação fez-se necessário buscar alternativas para que o recreio seja um momento de expressar alegria e que todos ao terminar o tempo estabelecido, tenham vontade de continuar a brincar.
Refletindo a partir do brincar, Vigotsky diz que: A promoção de atividades que favoreçam o envolvimento da criança em brincadeiras, principalmente aquelas que promovem a criação de situações imaginárias, tem nítida função pedagógica. A escola e, particularmente, a pré-escola poderiam se utilizar deliberadamente desse tipo de situações para atuar no processo de desenvolvimento das crianças. (Vigostsky apud Oliveira, 2004, 67).
As professoras das séries inicias reservaram um dia por semana para realizar a construção de brinquedos com sucatas com a participação dos próprios alunos. Brinquedos como: pé de lata vai- e- vem com garrafa plástica, bola de meia, petecas.
Com auxílio de alguns alunos da 5ª série foram pintadas amarelinhas, jogos de dama e xadrez. As turmas se revezam em distribuir e recolher os brinquedos e a zelar pela conservação dos mesmos. Sendo denominados os alunos que fazem esse trabalho como os “Monitores do Dia”.
Não devemos duvidar da capacidade de organização das crianças, mas é de fundamental importância ajudá-las a se auto-organizarem e a projetarem suas ações dando liberdade de escolher dentro do que é possível escolher. O aluno / criança deve ser visto como tal não como um adulto em miniatura e perceber que uma de suas necessidades essenciais é brincar. É indispensável auxiliar a criança nesse espaço de tempo e possibilitar que ela gerencie as atividades. Diante dessas ações concordo com Perrenoud (2001, p28) quando se refere ao trabalho desenvolvido dentro da escola.
De acordo como os recursos de que dispomos, com o nível do curso em que trabalhamos, com os graus de liberdade consentidos pela instituição, com a escala de que se trata (classe, equipe, estabelecimento, sistema),com ocredo pedagógico e com as teorias a serem aplicadas, podemos tentar concretizar a diferenciação do ensino de maneira muito diferente [...].
2ª POSTAGEM
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Comments (2)
Cristiane Pelisolli Cabral said
at 12:43 pm on Sep 26, 2010
Aqui é necessário escrever como teu assunto atravessa tua vivência, pois provavelmente tua questão de investigação surgiu de um incômodo teu, certo? É necessário escrever sobre isso ali no “memorial”. Se vais fazer essa entrevista que mencionas é necessário organizá-la e aplicá-la rapidamente, pois dá bastante trabalho analisar todos esses dados. Isso deve ser feito muito rapidamente, certo?
Um abraço
Cris
Darli Collares said
at 11:31 pm on Sep 26, 2010
Olá, Vera
Li o que escreveste, mas, como podes ver decidi não fazer intervenções no texto. Há algo estranho que não consigo definir. Penso que continuas enfocando tua escrita numa abordagem mais prescritiva do que investigativa. Não consigo te encontrar no texto, ou melhor, não consigo encontrar tua espontaneidade e alegria. Parece-me que teu texto demarca tua busca, mas uma busca externa ao que te inquieta. Penso que a Cris assinala isso, não te parece?
Por isso decidi dar um tempo a mim, em relaçao ao teu texto, fazendo um afastamento dele para poder melhor significá-lo. Como estás sentindo tua escrita? O que está te entusiasmando nela e o que te inquieta sobremaneira? Pedir que brinques com teu tema seria inadequado neste momento?
Bem, vou pensar e te convido a pensar também, auxiliando-me nessa aventura.
Abraço
Darli
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